Na imagem vemos apenas uma casa caiada de branco emoldurando uma janela, que emoldura um homem mais velho, um senhor negro que como antigamente ainda usa bigode, camisa branca de botão, chapéu, relógio e uma grossa aliança na mão do casamento. Acima de sua cabeça há um trecho de lâmpada acesa tão branca que alguma desavisada pode até confundir com a lua. Ele é um homem muito distinto que poderia fazer parte de qualquer conto antigo, tem ares de nobre, sapateiro, pastor de ovelhas ou bordador das roupas do rei. Ele espera trêmulo o tempo da poesia, bate com a mão direita na janela, diz um pouco, gesticula, leva a mesma a mão ao peito. Percebe. Respira. O batuque, a palavra, o coração, a vida e o tremor estão todos em sincronia. Neste vídeo ele é um sábio iluminado pelo luar.