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O garimpeiro tentando um dia
Encontrar a riqueza no chão
Inocente talvez não sabia
Do nascer de uma povoação
Que mais tarde o orgulho seria
Para a gente dessa região
Com o sol quente
O suor derramando
Não sabia o garimpeiro sofrido
Que ele estava também ajudando
A formar um futuro florido
E em meio a eretos coqueiros
Os ranchinhos cresciam em fila
Eles foram aposentos primeiros
Que formaram uma pequena vila
Vila bela de tantas Palmeiras
Do café que engradece o Brasil
Entre muitas tu foste a primeira
A mostrar tuas belezas mil
Tu cresceste a ponto de um dia
Conquistar a tua emancipação
E o sonho se transformaria
Na mais pura
Na feliz conclusão
Tu és mesmo
A Palmeiras querida
Dos teus filhos e dos visitantes
Tu completas assim nossa vida
Bela terra dos diamantes!
Maestro Queiróz
Bela Terra dos Diamantes
Meu amigo, Queiróz (por Amanda Guimarães)
- Narração de Danielle Andrade -
Do meio da ladeira, da varanda da casa do Valdo, temos uma visão panorâmica do centro de Palmeiras. Em primeiro plano, dois galhos de árvore pendentes ultrapassam o mar de telhadinhos cercado pelos morros da Chapada Diamantina. A câmera sobe e desce e nos leva para a praça da Matriz onde a igreja, pintada de um branco puríssimo e com a porta principal e os contornos pintados de cinza, faz tudo para parecer séria, mas mal consegue esconder sua alma de capelinha de arraial. Ao seu redor, em tons de rosa, azul, verde e branco, um imponente casario colonial, todo chique muito bem conservado. À poucos passos dali, brilha a estátua que dá nome à praça e inspira o poema cantado pelo grande maestro, amado professor Sr. Queiróz, e que virá a seguir. Um garimpeiro afro dourado peneirando a riqueza de diamantes inventados. Dali, partimos para um passeio pela cidade. Casinhas coloridas e coladinhas umas nas outras que imitam os casarões em caprichos, belezas e bordados, mas sem tanto espaço para prosperar. Equilibradas nos meio-fios, são todas namoradeiras, com as portas prestes a se abrir e beijar as ruas. Algumas enfeitadas com babadinhos de chita, outras com vasos na janela, umas mais risonhas, outras mais sérias. Umas pálidas, uma com a pintura brilhando à modernidade, outras com tinta beirando à saudade. Janelas de madeira, cortinas transparentes, árvores voadoras, pessoas refletidas nas vidraças. Um rio, mini árvores, buquês enfeitando as boas-vindas. Gente antiga, gente de agora, rosas-meninas, um papagaio gigante pintado no muro prestes a sair voando em direção a outro muro, também pintado da beleza da gente da Chapada, gente vive em trabalho, sabedoria e imaginação. Dentro das casas, o amor das pessoas, às vezes uma certa solidão, outras vezes as risadas, mas sempre um perfume de café e um barulhinho de avoador.
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