Bem no meio da parede da fachada, logo abaixo do número 42 da casa, há uma placa branca, com um anúncio escrito em caligrafia duvidosa: Vende-se polpa de manga. A morada é alegre por si só, da cintura pra cima está toda pintada de rosa e da cintura pra baixo usa um básico marrom. As duas janelas de madeira francamente abertas, tem em seus parapeitos duas vasilhas cheias de bananas, tão bonitas e viçosas que até parecem brincos de ouro. A porta segue fechada, mas imaginamos que não à chave. Sr Carlos Formiga está na janela da direita, tem cabelos levemente grisalhos, usa uma camisa esverdeada com listas pretas e enquanto espera que os carros sosseguem seus ruídos ele fica tranquilo, como quem sabe a poesia de cor e tem certeza do sim da sua presença.